domingo, 2 de janeiro de 2011

Taça dos pequenos para os grandes.

Ano novo, vida nova. É o que diz o dito popular.

Não se sabe muito bem se a vida modificar-se-á por completo, mas o futebol, neste início de ano, reinventou-se - proeza conseguida pela Taça da Liga, após 14 dias de interregno -.

E recomeça mal, para os lados do Porto. Após a prenda natalícia dada a André Villas-Boas (renovação de contrato), o treinador portista quis justificar o porquê de tão constantes elogios e endeusamentos perdendo, pela primeira vez, ao leme da sua nau. O portentoso adversário: Nacional da Madeira, que venceu por 2-1, depois de ter estado a perder, em pleno Estádio do Dragão. Viva a Taça da Liga!, pensa, com certeza, Predrag Jokanovic.

Não se sabe se será justo esse possível pensamento. Na verdade, a Taça da Liga não é mais do que uma prova para preenchimento de calendário e esta está extremamente mal organizada. Fala-se, recorde-se, da competição mais recente do futebol português, o que não justifica tudo.

A competição
A Taça da Liga, na sua versão 2011, apresenta diversas modificações (nunca manteve a mesma estrutura competitiva desde a sua criação). Tem, para mal dos seus pecados, a colagem aos clubes pequenos, de segunda liga, sobretudo por estes poderem beneficiar de incentivos monetários, dependentes obviamente de resultados, e jogarem tão pouco na sua humilde competição.

Então, os clubes de segunda liga iniciam, eles próprios, a competição entre si, na denominada primeira ronda. Note-se que, neste aspecto, a Taça equipara-se estruturalmente aos outros anos. Depois, por fases, e com a queda dos clubes derrotados, caem na prova os temíveis primodivisionários.
Cria-se, assim, quatro grupos, de quatro equipas cada, o que prefaz um total de dezasseis clubes. Ao contrário do que poderia ser mais sensato, que passaria por jogos entre esses mesmos clubes de cada grupo, em estádio próprio e estádio visitante ou, quanto muito, mais jogos no estádio caseiro das equipas ditas mais pequenas do que nos da primeira liga, a competição convida os mais pobres a deslocar-se à casa dos mais ricos.

Sendo que desta vez até houve direito a cabeças-de-série - os quatro primeiros da classificação da primeira liga do ano transacto, estes beneficiam até de dois jogos em casa, sendo que a fase de grupos tem apenas três jornadas. Em tudo, portanto, os clubes pequenos saem beneficiados.

Os pequenos também ganham

Felizmente, para calar os treinadores dos clubes de média/alta dimensão, concretamente Vitória de Guimarães, o futebol e os resultados não se antecipam. O Desportivo das Aves, o Gil Vicente e o Nacional provaram-no frente a equipas superiores, com maiores objectivos (dada a estruturação da prova) na competição.

É caso para dizer que há bons projectos e louvar o muito trabalho que os clubes humildes levam a cabo e que, apesar da deficiente organização da Taça da Liga, os valores estão acima da presunção.

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